Oie pra mim mesma que sou a única que leio esse blog!


Daqui a 10 dias, serão 5 meses de separada. Sozinha.
Orgulhosa de mim por ter conseguido.
Frustrada por não ter chegado ao equilíbrio ainda.

Lembro que uma das fases de auto conhecimento da minha vida, foi quando eu estava solteira, antes de casar. Eu tinha um site, o Multiply, que infelizmente, foi destituído a uns dois anos atrás. Eu perdi todos os meus textos. Escrevia lá desde os meus 20 anos.

Me perguntei hoje, por que não voltar a escrever? Se me ajuda, mãos á obra.

Eu quero tanta coisa pra mim... Quero ser feliz sozinha, sem dependência psicológica de ninguém. Falando assim, parece algo forte. Mas explico-me.
Força. Determinação. Coragem. Essa é a imagem que as pessoas tem de mim.
Frágil. Essa é a imagem que eu tenho de mim.

Por uma escolha minha, abri mão de muitas coisas na vida, em prol de conhecimento, trabalho, estabilidade e segurança. Hoje, as pessoas acham olham pra mim, admiram mas não sabem quantas derrotas eu passei na vida. Quantas vezes eu perdi. Quantos medos eu tive que enfrentar para conseguir continuar. Meu próprio irmão me zoa. E ele me viu estudando dentro do quarto, em vários finais de semana, sol rachando, com churrasco na piscina dos meus pais. E eu lá em cima, estudando, abrindo mão.

Aí, eu me pergunto. Eu teria conseguido isso tudo se estivesse sozinha? Sempre estive com um alguém me apoiando. Me suportando.

Aí, eu me respondo. Não.


Hoje é esse meu dilema. Por que sempre precisei estar com alguém, digamos que "resolvida" no amor, para poder seguir em frente nos objetivos profissionais? Por que sempre precisei dessa segurança irreal para seguir em frente? Isso pra mim, é dependência psicológica. E acho que eu sofria dela. Ou melhor, ainda sofro, mas estou tratando.

Agora vamos a parte do estou me tratando.

Não tenho NENHUM orgulho do que andei fazendo nos últimos 4 meses.
Muito álcool e consequentemente, mais gudang, muita noitada e quase nada de academia. Muitas risadas e diversão, sem dúvida. Estar solteira, se sentindo bem, com dinheiro, carro, amigas e etc. Parece um paraíso. E tem dia que é mesmo. É MUITO legal. Diversão e adrenalina. Que eu não via a muito tempo.

Mas o que estou construindo? Para onde estou indo?

Eu não estou enfrentando meus medos. E o maior e mais poderoso inimigo que eu tenho. Meu eu auto destrutivo. Estou vendo ele me vencer. Querendo me levar para o abismo. Me puxando  e chamando. Respeito esse inimigo. É o mais poderoso de todos. Preciso vence-lo.

Já sei o caminho.

Malhar, dieta, cuidar do corpo, da saúde, de mim.

Por que não começo?
Me dá uma prova, um desafio que use meu cérebro. Eu me garanto.

Me dá objetivo da barriga tanquinho, eu me tremo de medo. Desgraçado. Vou te vencer. Estou te olhando de frente.

Foi bom voltar a esse blog e ver que as coisas melhoraram desde a última postagem.

Desde que escrevi esta última, eu dei continuidade a dieta. E realmente emagreci. Ainda não cheguei onde quero. Para falar a verdade, eu estou parada na dieta desde o carnaval, quando algo aconteceu na minha vida.

Na verdade aconteceu antes do carnaval.

Com a separação repentida do meu ex marido. De um dia para o outro ele foi embora. Eu sofri algo que nunca tinha sofrido na vida. Terminaram comigo.

Só tive 3 namoros. 3 anos, 5 anos e o último que foi o casamento/namoro de quase 10 anos. O controle da relação sempre foi meu. É como se eu precisasse disso. Mas o ex marido não aceitava muito bem. Tinha épocas que aceitava, tinha épocas que não.
Eu cheguei a me separar dele 3 vezes, mas com decisão partindo de mim.
E este ano, depois de 34 anos, a decisão foi dele. E ele saiu de casa. Tudo que eu sempre tive mais medo na minha vida, aconteceu. Eu fui largada.
Creci com a ameaça de que o casamento dos meus pais ía acabar. Meu pai vivia saindo para noite e minha mãe ficava cuidando de nós. Não sei o quanto ela sofria, mas aquilo para mim era o fim. Como meu pai tinha coragem de nos largar por causa de outras mulheres? Isso não era um fato, mas na minha fantasia adolescente, acontecia.

Todos os meus relacionamentos foram moldados para que isso nunca acontecesse. Que eu nunca fosse trocada. Era a segurança que eu precisava.
Eu nunca me preocupei com atração física ou química do corpo. Me preocupava com a segurança que eu teria no relacionamento.

E claro, quando eu estava segura a muito tempo, me desinteressava. Terminava o namoro, e ia atrás de coisa nova.

Entre o primeiro namoro e o segundo, foram somente 1.5 meses de espaço. Eu conheci meu segundo namorado no carnaval de Cabo Frio. E por conscidência, ele era de Niterói. Após 2 anos de namoro, terminei. Fiquei sozinha por 2 meses, não achei a segurança que eu queria, e voltei. Fiquei mais 3 anos com ele e terminei de novo.

Posso dizer que meu tempo solteira foi aí. Por quase 2 anos. E sempre apaixonada por alguém. Na verdade, pelo mesmo cara. Que hoje é meu amigo e não sinto nada além de amizade. Mas naqueles dois anos, eu era apaixonada. E ele era muito amigo do meu ex namorado. O 1o ex namorado. Não deu certo. Mas eu não me senti largada por que nunca tivemos um relacionamento. Era ocasional. Certeza absoluta que eu intrigava ele... Mas era só isso. Nada de paixão por mim. Dizia que olhava pra mim e via meu ex.

Quando comecei com meu ex marido, foi uma montanha russa. Ele me passava segurança mas ao mesmo tempo insegurança. Terminamos umas 20 vezes. Na verdade, eu terminava. E voltava. Gostava muito dele. Até que depois de 1 ano, a montanha se estabilizou. E o namoro/casamento começou a ser normal. Não é meu objetivo neste texto, falar do meu casamento.  Meu objetivo, é auto conhecimento.

Nos últimos 10 anos, estive sempre segura em relacionamento. Não 100% pois ele não fazia tudo que eu queria, mas digamos que 80% eu me sentia segura e convivia com isso tranquilamente. Conseguia trabalhar e ele reclamava muito que eu não o procurava. E não mesmo. De 9 as 18, meu foco era trabalho. E somente isso. As vezes, passava das 18. E eu sempre fui ambiciosa e curiosa. Gosto de aprender novas coisas. Estudar. Eu gosto.

Passaram se 10 anos, e eu fui largada por ele.
Me vejo sozinha a 2 meses. Que eu não estou sabendo lidar.